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LC – FC Porto 1 – At. Madrid 2


«Porque lutam como irmãos, a defender as suas cores, num jogo nobre e são, desperdiçando coragem e coração» é uma parte da letra do hino do Atlético de Madrid e esta noite, no Dragão, a equipa espanhola conseguiu uma remontada importantíssima, assumindo a liderança isolada do grupo G da Liga dos Campeões. Está consumada a primeira derrota do FC Porto na época 2013/14.

Artur Jorge, Tomislav Ivic, José Mourinho, Víctor Fernández e André Villas-Boas são os treinadores responsáveis pelas conquistas europeias e intercontinentais dos dragões e serviram de inspiração aos portistas, com os seus rostos e nomes impressos em cinco tarjas penduradas num dos topos do estádio do Dragão.

O FC entrou em campo sem surpresas: Steven Defour reentrou na equipa titular, depois de ter cumprido castigo em Viena, no primeiro jogo deste grupo G, que os dragões venceram por 1×0, relegando Licá para o banco de suplentes.

Já o Atlético de Madrid, privado do seu melhor marcador, Diego Costa, por castigo, entrou em campo com Léo Baptistão ao lado de David Villa no ataque. Comparando, ainda, com a equipa que no último fim de semana conseguiu o elogiado triunfo sobre o Real Madrid, Diego Simeone deixou Koke no banco de suplentes, optando por colocar o mais experiente Raúl Garcia de início.

Pressão com frutos

O FC Porto entrou sufocante, a assediar o emblema espanhol, cheio de personalidade, intensidade e ritmo. De nariz arrebitado e galões levantados, os dragões fizeram jus à música que se ouviu nos instantes antecedentes do jogo, «Ready to Start», dos canadianos Arcade Fire, e mostraram o quão prontos estavam para começar.

Parecia mesmo uma questão de tempo, tal a pressão assumida pela equipa comandada por Paulo Fonseca, e se Varela não acertou no alvo à passagem dos dez minutos, depois de um cruzamento de Josué, Jackson mostrou ter a pontaria mais afinada seis minutos depois, com Josué novamente na jogada, a sofrer a falta do português Tiago e a bater o livre para a entrada da pequena área. A bola, redondinha e a fugir da marcação de Godín ficou à mercê de Jackson, que mergulhou e bateu Courtois.

O ritmo da partida baixou, mas sempre com o FC Porto mais determinado no jogo e com as suas intenções mais declaradas. O primeiro lance de perigo protagonizado pelos colchoneros saiu, à passagem da meia hora, dos pés de Raúl García, a aproveitar uma perda no meio-campo defensivo portista e a tentar o golo olímpico. Valeu um sprint a Helton, que estava ligeiramente adiantado.

Diego Simeone não se cansava de corrigir o posicionamento dos seus jogadores e o Atlético foi acertando o passo, aos poucos. Arda Turan atirou por cima, sem oposição, após um cruzamento rasteiro, mas foi quase em cima do intervalo que a vantagem portista esteve realmente ameaçada quando na sequência de um pontapé de canto Diego Godín atirou à barra da baliza guardada por Helton, que pareceu intranquilo.

Na resposta, Thibaut Courtois brilhou, defendendo com as pernas um remate de Varela. O FC Porto não dilatou mas conseguia sair para o intervalo com uma preciosa e justificada vantagem.

Lance estudado faz a diferença

Cristián Rodríguez regressou a uma casa que bem conhece e foi lançado no jogo no início da segunda parte, ocupando o lugar de David Villa que quase não se viu nos primeiros 45 minutos.

O Atlético entrou melhor, impondo o seu ritmo e apertando os dragões nos minutos iniciais, que pareciam mais apáticos neste reinício do jogo. O primeiro aviso foi protagonizado por Filipe Luís, numa arrancada que teve como desfecho um remate fortíssimo a passar muito perto do poste direito da baliza de Helton. Tão perto que, por instantes, os 33.989 espetadores presentes no Dragão fizeram um sepulcral silêncio, assustados com a bomba do lateral esquerdo.

Não demorou muito para as ameaças espanholas se tornarem num calafrio. Bola parada descaída para a direita do ataque colchonero, Helton sai em falso e Godín ganha nas alturas a Otamendi, concretizando, de cabeça, o que não havia conseguido no primeiro tempo.

Mais entrosadas, as equipas tornaram-se mais calculistas, adivinhando a direção dos passes e a intenção das simulações. Paulo Fonseca sentiu isto mesmo e fez entrar Licá para o lugar de Josué, de forma a dar mais velocidade ao jogo, mas foi quando optou por lançar Quintero no jogo que o Dragão aplaudiu, e de que maneira, quer o preterido Lucho quer o virtuoso colombiano.

Entrou e logo brilhou, Quintero, num livre muito perigoso após uma falta sobre Jackson à entrada da área do Atlético. Meio estádio gritou golo.

Parecia novamente uma questão de tempo para o jogo cair para os da casa. O Atlético de Madrid parecia contente com o empate, o FC Porto voltou a instalar-se com tudo no seu meio-campo ofensivo e voltou a apertar. Simeone percebeu isto mesmo e fez entrar o motor do meio-campo, Koke, abdicando do único avançado que ainda tinha em campo, Léo Baptistão.

Na expetativa, Arda Turan lançou Raúl García, que aproveitou uma abertura incrível no eixo da defesa portista e atirou para Helton salvar com as pernas. Depois foi Miranda, de cabeça, ao primeiro poste, a ameaçar, algo que Mangala fez do outro lado, mas a bola saiu por cima.

E bem que Paulo Fonseca tinha avisado das características italianas deste Atlético. O cinismo deu mesmo para remontada.

Mangala faz uma falta por trás em zona perigosa, livre estudado pela equipa de Simeone e Arda Turan, aproveitando um esquecimento da equipa azul e branca fica na cara de Helton e atira para o segundo, confirmando a reviravolta.

A quebra física dos dragões era notória e com menos de dez minutos para reverter o golo sofrido o FC Porto acabou por ser insuficiente, mesmo com Paulo Fonseca a arriscar tudo e a abdicar de Mangala para a entrada de Ghilas.

O Atlético de Madrid, longe de fazer um jogo brilhante, consegue o triunfo e garante a liderança isolada no grupo G da liga milionária. O FC Porto fica no segundo posto, beneficiando do empate a zero entre Zenit e Austria Wien.

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