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"Este Governo é incompetente e insolente", diz o bispo que não se cala.


"É fundamental não fugir do mundo como Igreja", diz D. Januário.

O Papa Francisco aceitou hoje a renúncia ao cargo de bispo das Forças Armadas e de Segurança apresentada por D. Januário Torgal Ferreira, que em fevereiro deste ano completou 75 anos de idade. A resignação por limite de idade é uma obrigação determinada pelo Código de Direito Canónico.

A notícia foi dada pela agência Eclesia que avança ainda que o bispo será substituído por D. Manuel Linda, até agora bispo auxiliar de Braga.

Considerado como uma das vozes mais críticas da Igreja portuguesa, D. Januário Torgal Ferreira falou ao Expresso, assumindo que o fim das suas funções como bispo não significam uma resignação da sua intervenção pública. "Como pediu o Papa Bento XVI, a Igreja tem de erguer a sua voz em defesa dos pobres".

"É fundamental não fugir do mundo como Igreja. É preciso continuar a estudar, a ouvir as pessoas, a aprender. Temos de ser a voz dos mais pobres, foi isso que me meteram na alma desde sempre", disse.

D. Januário afirma sentir-se com forças para continuar, embora "não me possa sentir bem com a situação em que o País vive. Sobre isso não posso ficar calado". As críticas vão diretas para o atual Governo e para a "situação desgraçada que o País atravessa".

"O que me inquieta é a incompetência e a insolência deste Governo", afirmou.
D. Januário Torgal Ferreira foi nomeado auxiliar do Ordinariato Castrense, com o título de bispo de Gaudiaba, a 22 de abril de 1989, assumindo o cargo de vigário-geral castrense a 25 de agosto do mesmo ano, um mês depois de ter sido ordenado bispo na igreja da Santíssima Trindade, no Porto. No dia 3 de maio de 2001 foi nomeado bispo das Forças Armadas e de Segurança, tomando posse em junho desse ano.

De 1993 a 1999 foi porta-voz e secretário da Conferência Episcopal Portuguesa; desde a sua ordenação episcopal assumiu vários cargos nas Comissão Episcopais ligadas às áreas da Pastoral Social e Mobilidade Humana, para além de presidir à secção lusa do movimento católico internacional ‘Pax Christi’.

Fonte: Expresso

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