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Empate no dérby de Alvalade (Sporting 1 – Benfica 1)

Sporting e Benfica empataram a um golo no jogo grande da 3.ª jornada da Liga portuguesa. Os leões dominaram a primeira parte, a segunda foi das águias. O encontro marcou ainda o regresso de Cardozo e teve Markovic a evitar a derrota dos rapazes da Luz.

Benfica em esforço, Sporting a toda a largura

Num clássico que mais não é que um poço vivo de recordações e história, a ambição vive de mãos dadas com a vitória. Sempre. Não foi, por isso, diferente neste 159.º jogo oficial para o campeonato entre leões e águias.
Em Alvalade, entrou um Sporting supermoralizado com o arranque de campeonato. De uma assentada, a equipa de Leonardo Jardim arrancou duas vitórias com goleadas e animou a família verde e branca.

O teste diante do eterno rival marcava, por isso, um momento relevante para aferir a capacidade da equipa sportinguista. As vitórias frente a Arouca e Académica tiveram o condão de mostrar um Sporting que muitos não esperavam, por esta altura.

Emergido das trevas em que foi votado, nos últimos anos, o Sporting colocou sérias dúvidas num jogo em que a supremacia encarnada parecia uma inevitabilidade quando assim ditou o sorteio.

De algum modo, a equipa do Benfica também entrou no palco leonino com uma motivação extra: a vitória sobre o Gil Vicente nos descontos, na última jornada (2×1). Porém, a pressão caía muito mais sobre os jogadores encarnados que partiram com três pontos de desvantagem sobre o Sporting e a concorrência mais direta.

As águias tinham a perfeita noção de que só uma vitória permitia, definitivamente, recuperar a confiança e partir para a luta do título com total ambição. A derrota era, por oposição, o pior cenário: ficar a seis pontos do Sporting e à mercê do que o FC Porto fará este domingo diante do Paços de Ferreira.

Por mais contas e projeções que se possam fazer, um dérbi é sempre um dérbi. Parece frase feita mas é mesmo isso que acontece. Quando o jogo é perante o eterno rival, não há como negar que há sempre um «gostinho especial» na vitória. É assim para as equipas mas, sobretudo, para os milhares de adeptos que vêem a partida.

Alvalade encheu num duelo com adrenalina e nervos. Muitos gritos de euforia, cânticos de apoio de parte a parte, tarjas, bandeiras, cachecóis e, acima de tudo, um sentimento de fidelidade ao clube que os adeptos sempre tentam transportar para dentro de campo.

Na distribuição das equipas, Leonardo Jardim maquilhou o "seu Sporting" com Fredy Montero no ataque, servido por Carrillo e Wilson Eduardo. A defesa teve Cédric na direita, Jefferson na esquerda e os centrais Rojo e Maurício. No meio-campo, Wilson Eduardo teve a companhia de André Martins e Adrien Silva. A baliza, essa, foi defendida por Rui Patrício.

Do outro lado, sem surpresa, Jorge Jesus apostou no seu onze de "gala". Rodrigo fez dupla com Lima no ataque, Cardozo ficou no banco. Salvio e Nico Gaitán estiveram no apoio ao ataque, enquanto que Nemanja Matic e Enzo Pérez foram donos do miolo encarnado. A defesa teve Luisão, Garay, Maxi Pereira e Bruno Cortez.

Frente a um Benfica marcadamente ofensivo, o Sporting – que tem apostado na busca de uma identidade de equipa como resposta à entrada de várias caras novas no grupo – apresentou um bloco equilibrado e solidário.

Leonardo Jardim arquitetou uma estratégia com linhas coesas e uma pressão forte, sobretudo em zonas mais avançadas, tentando limitar o caudal de jogo ofensivo do Benfica. E a verdade é que conseguiu. A equipa do Sporting mostrou facilidade no controlo de bola perante um conjunto encarnado que dava a sensação de fazer tudo em esforço.

Sem surpresa, a equipa da casa chegou ao golo, aos 10 minutos. Fredy Montero apareceu sozinho a saltar para o cabeceamento da bola, isto depois de um trabalho fabricado por André Martins e Carrillo; os adeptos encarnados queixaram-se de um possível fora-de-jogo no lance.

A perder, o Benfica raramente conseguiu ameaçar as redes de Rui Patrício. A exceção foi de Salvio. Aos 33 minutos, o argentino apareceu na zona da grande penalidade a rematar por cima, após assistência de Cortez na esquerda.

Até ao descanso, o jogo perdeu qualidade com sucessivas paragens. Primeiro, foi Enzo Pérez que foi rendido por Rúben Amorim, após ter levado com a bola. Depois, foi Salvio que cedeu o seu lugar a Lazar Markovic.
Seja como for, o Sporting dominou totalmente a partida perante um Benfica sem ideias e preso de movimentos.

Benfica com três lesões na partida

Se na primeira parte Jorge Jesus foi obrigado a duas alterações por lesão, a segunda metade não começou melhor. Nico Gaitán apresentou limitações físicas e pediu para ser substituído. Jorge Jesus, desesperado, chamou Óscar Cardozo. O paraguaio, que não jogava desde a final da Taça de Portugal, no Jamor, rendeu o argentino.


Taticamente irrepreensível, o Sporting desenvolveu um jogo mais lento e pensado nos primeiros minutos. A entrada em jogo foi, ainda assim, feita sobre brasas pela formação do Benfica. Mas a verdade é que os encarnados podiam ter empatado, aos 49 minutos.Markovic passou por toda a gente, mas Rui Patrício defendeu o remate do sérvio! No ressalto, o ataque benfiquista demorou e permitiu nova defesa do guarda-redes internacional português.

Com Cardozo em campo o Benfica encostou o Sporting na defesa e Leonardo Jardim resolveu colocar Dier, no sentido de dar mais presença no miolo.

Mas foi já com o jovem internacional inglês em campo que Lazar Markovic, a grande esperança da seleção sérvia, espalhou magia em Alvalade. Aquele que já foi mesmo apelidado de novo Eusébio por José Augusto (antiga glória encarnada) pegou na bola e levou tudo e todos na sua frente e empatou, aos 65 minutos. Lance sublime do craque sérvio.

O golo de Markovic teve o condão de animar o futebol encarnado. Se na primeira parte o Sporting dominou como quis, na segunda parte o Benfica mostrou mais garra.

Na entrada para os últimos dez minutos tudo podia acontecer. O Benfica criava mais perigo mas o Sporting, sobretudo pelo jogo exterior, deixava em sentido a defensiva encarnada, onde Cortez e Maxi Pereira foram (quase sempre) ultrapassados pelos adversários.

Antes do final, aos 89 minutos, Montero atirou rasteiro de livre mas Artur Moraes defendeu para canto, num lance onde Cardozo disse ao colega para se atirar para a esquerda; a verdade é que a bola foi mesmo para o lado esquerdo do guarda-redes benfiquista.

Três mintos depois dos 90′, Hugo Miguel apitou e os rivais empataram. O Benfica faz quatro pontos na Liga, o Sporting tem sete.

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