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“Comida desperdiçada é roubada da mesa de quem tem fome” (Papa Francisco).


No Dia Mundial do Ambiente, Papa Francisco sublinha que a vida humana é mais importante do que os interesses económicos.

O Papa Francisco falou, hoje, na sua habitual audiência geral das quartas-feiras, da importância da vida humana e criticou o desperdício alimentar.

“A cultura do descartável tornou-nos insensíveis ao lixo e ao desperdício alimentar, que são ainda mais lamentáveis quando em todas as partes do mundo, infelizmente, muitas pessoas e famílias sofrem de fome e subnutrição. O consumismo levou as pessoas a habituarem-se ao supérfluo e ao desperdício diário de alimento", disse o Papa.

“A comida que deitamos fora é roubada da mesa de quem é pobre, de quem tem fome”, sublinhou Francisco, sob os aplausos da multidão que se encontrava na Praça de São Pedro.

Para o Santo Padre, a vida humana deve estar sempre acima dos interesses económicos. “Aquilo que domina são as dinâmicas de uma economia e de finanças carentes de ética: assim, homens e mulheres são sacrificados aos ídolos do lucro e do consumo, é a cultura do descartável”, lamentou.

O grande drama, alertou o Papa, é quando se começa a encarar as tragédias pessoais como coisas normais: “Se, numa noite de inverno, aqui, na Piazza Ottaviano, por exemplo, uma pessoa morre, isso não é novidade. Se em muitas partes do mundo há crianças que não têm nada para comer, isso não é novidade, parece normal. Isso não pode ser! E estas coisas entram na normalidade: que sem-abrigo morram de frio na rua não é notícia. Pelo contrário, por exemplo, uma queda de 10 pontos em bolsas de algumas cidades é uma tragédia. O que morre não é notícia, mas se as bolsas caem 10 pontos é uma tragédia. Assim, as pessoas são descartadas. Nós, as pessoas, somos descartadas, como se fôssemos desperdício”.

Francisco foi mesmo ao ponto de dizer que "a pessoa humana está hoje em perigo", pelo que há uma "urgência de uma economia humana".

"O perigo é grave porque a causa do problema não é superficial, mas profunda: não é só uma questão de economia, mas de ética e de antropologia. A Igreja já o sublinhou muitas vezes. Mas, o sistema continua igual: o que comanda hoje não é o Homem é o dinheiro, é só isso que vale", reforçou.
O Papa sustentou a sua reflexão, pela segunda semana consecutiva, na passagem do Evangelho sobre a multiplicação dos pães e dos peixes, concluindo que quando os recursos são partilhados chegam para saciar as necessidades reais de todos.

Na sua catequese, Francisco também recordou que neste dia 5 de Junho assinala-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, este ano dedicado ao lema: “Pensar.Comer.Conservar”.

“Convido todos, neste Dia Mundial do Ambiente, a um sério compromisso no sentido de se respeitar e guardar a criação, ser solícito por cada pessoa e combatera cultura do descartável e do desperdício com uma cultura da solidariedade e do encontro”, propôs o Papa a todos os que o ouviam.

Finda a audiência geral, a conta do Papa no Twitter publicou a seguinte mensagem: "Deus ordenou que guardássemos a criação, sendo isto parte do seu projecto válido para cada um de nós e não só para o início da história."

Fonte: Renascença

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