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A chegada da Netflix a Portugal – e a "pirataria" via VPN

A chegada da Netflix a Portugal – e a "pirataria" via VPN
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A Netflix chega a Portugal em Outubro, e com ela entraremos numa nova era que mostrará a ainda mais pessoas que é possível viver-se sem os canais de TV tradicionais. Mas, será também revelador de que este é apenas um pequeno primeiro passo, de um longo caminho que ainda falta percorrer. Um caminho onde têm acontecido algumas coisas verdadeiramente horrorosas, e indicadoras do futuro tenebroso que alguns parecem desejosos de tornar realidade.

Os países onde a Netflix tem chegada têm assistido a um decréscimo nos níveis de pirataria; mas a sua expansão internacional não tem sido exactamente aquela que muitos esperavam. É que os conteúdos disponibilizados pelo Netflix variam bastante de país para país, podendo chegar ao cúmulo de fazer com que séries icónicas do canal – como o House of Cards – nem sequer estejam disponíveis. Perante tal tratamento diferenciado, não será preciso ser um génio para se compreender que muitas pessoas pensem por alguns instantes e cheguem a uma simples conclusão: já que vou pagar pelo Netflix, então porque não pagar pelo serviço nos EUA, e assim ter acesso a todos os conteúdos?

Era algo que deveria estar implícito num mundo realmente "global", como muitas vezes é apregoado; mas que infelizmente tem dado origem a situações insólitas e completamente absurdas; como o do chefe de um dos maiores operadores canadianos, que acusou a sua própria filha de 15 anos de estar a roubar, por optar usar o Netflix dos EUA em vez do Canadiano, também com programação reduzida.

Este senhor acha que pagar por um serviço não é suficiente; optando por achar que é perfeitamente normal que as pessoas se contentem em pagar o mesmo para ter um serviço pior. Felizmente, tem uma filha de 15 que é inteligente, e que espelha o resto da comunidade mundial, e onde muitas são as pessoas que já recorrem a VPNs para aceder ao Netflix como se estivessem nos EUA, ultrapassando assim a necessidade de esperar que chegue ao seu país de forma oficial.

Relembro que são pessoas que estão a pagar pelo serviço do Netflix, e quase certamente por um serviço de VPN adicional – e ainda assim há que lhes queira chamar de piratas e ladrões; por não e resignarem a ficarem quietos em casa, e/ou a pagarem para ter um Netflix mais limitado.

Lamento informar estes senhores (que por esta altura deverão estar a pensar nas melhores tácticas para proibir ilegalizar as VPNs) que neste caso seria melhor renderem-se à máxima de que "o cliente tem sempre razão". O problema não são as pessoas que se dão a todo este trabalho para terem acesso a conteúdos pelos quais pagam… O problema são as imbecilidades das questões geográficas dos direitos de autor e diferença de tratamento num mercado global, onde são abolidas fronteiras para algumas coisas, mas se continuam a impor fronteiras artificiais noutras coisas.

A Netflix já tem enfrentado duras batalhas a nível dos operadores, para garantir que o seu serviço chega com qualidade aos clientes – seria bom ver que também usassem o seu peso e dimensão para pressionarem mudanças neste capítulo de igualdade de acesso aos conteúdos.


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abertoatedemadrugada

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