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Espanha – "Descarrilei, o que vou fazer agora, o que vou fazer?"

O maquinista do comboio que descarrilou na quarta-feira em Santiago de Compostela, provocando a morte de, pelo menos, 80 pessoas, reconheceu que ia a 190 quilómetros por hora numa zona limitada a 80, segundo a agência Efe.

Além das comunicações por rádio que manteve após o acidente, o próprio maquinista reconheceu que ia em excesso de velocidade numa conversa com o delegado do governo espanhol na Galiza, adianta a Efe.

“Descarrilei, o que vou fazer agora, o que vou fazer?”, foram as palavras do maquinista Francisco José Garzón, numa conversa telefónica logo após a tragédia.

As gravações da caixa negra recuperada do comboio rápido Alvia confirmam que o maquinista admitiu, logo depois do acidente, que o comboio circulava a 190 quilómetros, adianta o diário galego La Voz de Galicia.

O comboio circulava a 200 quilómetros por hora no troço imediatamente anterior, descreve o jornal, segundo o qual esta era a velocidade permitida, mas, por alguma razão, o maquinista não consegui reduzir antes de chegar à curva na qual acabaria de entrar, segundo as suas próprias palavras, a 190 quilómetros.

O maquinista está, sob custódia, no hospital, onde vai ser ouvido pela polícia, acompanhado de um advogado, segundo o Tribunal Superior de Justiça da Galiza.

Este interrogatório, que estava inicialmente previsto para hoje, não chegou a realizar-se e deve acontecer na sexta-feira.

O excesso de velocidade tem sido a hipótese privilegiada para explicar o descarrilamento, na terça-feira, do comboio que fazia a ligação entre Madrid e Ferrol.

O maquinista do comboio, um homem de 52 anos, tinha 30 anos de experiência profissional ao serviço da Renfe, a empresa que gere a rede ferroviária espanhola, declarou o seu presidente, Julio Gomez-Pomar Rodriguez, à radio Cope.

O homem trabalhava como ajudante de maquinista desde 2000 e desde 2003 como maquinista, acrescentou o mesmo responsável.

Além dos 80 mortos, o acidente provocou 178 feridos, dos quais 87 se mantinham hoje hospitalizados, 33 em estado crítico.

Fonte: NM

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